quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Conversas Antigas

Na altura do Natal revêem-se amigos e ex-colegas, fazem-se almoços e jantares para os quais, muitas vezes, a vontade de ir é pouca, mas que depois se revelam grandes momentos de recordação e celebração de amizade.

As conversas são as mesmas há anos, muitas vezes é já pouco o que nos une, mas o reviver dos momentos que partilhamos, sejam eles alegres, caricatos ou até mais tristes, resultam geralmente em duas horas de intenso gozo e dos quais saímos com o costumeiro, “temos de fazer isto mais vezes”.

A lógica deve ser igual à das crianças que sentem grande conforto em ver sempre os mesmos filmes ou ouvir sempre as mesmas histórias. Somos mesmo animais de hábitos e pouco dados à mudança.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Desnorte - soco no estômago

Tal como o João Miguel Tavares tão bem aqui explica,  também tento ser fundamentalista da verdade, evitando qualquer tipo de mentiras, mesmo as mais inofensivas do género, amanhã compramos isso... Ontem, em completo desnorte, quebrei a minha regra e cedi à mentira.

A Joana anda muito focada na morte, pergunta muitas vezes se a avó, o avô, o pai, a mãe vão morrer…

Ontem ao deitar, depois da história e já na parte dos miminhos (que, estou em crer, me mimam mais a mim do que a ela) ela reparou que a minha barba já vai tendo alguns pelos brancos. De repente ficou com a cara meia tristonha e perguntou-me porquê que eu tinha a barba branca. Eu, parvo, respondi que estava a ficar velhote…  

O que se seguiu, e que agora vai parecer uma parvoíce, na altura deixou-me totalmente desprevenido e desnorteado.

A palavra velhote fez soar a sineta do tema morte naquela cabecinha linda que já estava cansada, a pedir caminha.

Pai, tu não vais morrer nunca pois não?
Esta não me assustou, já respondi a esta muitas vezes nos últimos meses
Joana, só daqui a muito muito, muito, muito tempo!,

A que se seguiu é que teve a força de verdadeiro soco no estômago.
E eu, Pai? Eu não vou morrer nunca pois não?
O que é que se responde a isto? Arrisquei a verdade:
Oh Joana, só daqui a muitos muitos muitos muitos muitos  muitos muitos muitos muitos anos!

Eu, que me tenho como um mestre da pedagogia de trazer por casa, borrei a pintura toda. Esqueci-me que por muitos muitos que eu diga, para uma menina de 4 anos tudo é, no máximo, depois de depois de amanhã. Que falhanço!

Perante a sua angústia e lágrimas de desalento e tristeza pura, não tive outra alternativa. Cedi, e abandonei rapidamente o meu princípio de dizer sempre a verdade e menti. Disse-lhe que não íamos morrer, que ficaríamos sempre juntos, os 4, que me tinha enganado a explicar.

Ela acalmou, adormeceu calmamente e dormiu bem. Eu, bem pelo contrário…

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Fim de semana de sonho


Desfeito o sonho da viagem à neve sem pagar, passou-se um ótimo fim de semana em família do qual só dispensava a visita aos Lusíadas por via de mais uma ite do Francisco.

Foi um fim de semana bom, o frio propunha que ficássemos em casa, e sábado assim foi, com o aquecedor a fazer de lareira, lá tratámos de enfeitar a casa para a época natalícia. Este ano com recurso a algumas decorações home made que dão um toque ainda mais especial ao advento.

Terminadas as decorações, este ano, por iniciativa da Joana, tivemos direito a uma inovação. Já depois de tirada a foto da praxe com a Joana a colocar um enfeite no Pinheiro, foi tempo de fazer uma roda e de cantar uma música natalícia, meia inventada meia real… Filhas com queda para o espetáculo, dá nisto.

Claro que as decorações só foram possíveis pois aproveitamos a hora da sesta do francisco.
Domingo, dia da restauração da independência, fomos ver a luta do Robin dos Bosques contra o Príncipe João e o malvado xerife de Nottingham. Acho que foi a minha estreia nas produções do Filipe la Féria… Foi giro, valeu entre outras coisas claro, pela cara de espanto da Joana perante um teatro a sério, no caso o Politeama.

No final, e para tornar completo este passeio, deliciamo-nos com uma dúzia de castanhas, quentes e boas, como se quer. Para ser perfeito, só faltou virem embrulhadas num canudo das páginas amarelas ao invés de um saquinho catita com publicidade ao MEO.

Tendo o programa matinal sido mais centrado na Joana, o Francisco teve direito a protagonismo à tarde, com foto no colo do Pai Natal.

Resumindo, um raro fim de semana a 4, com programas engraçados, poucas birras, frio mas com sol de inverno e, a prova de que o Natal está mesmo a chegar, com o Porto a perder e Benfica e Sporting a lideraram a Liga de Futebol. Até tenho medo que isto seja um sonho…