Nunca fui muito de jogar jogos de computador, ou melhor, nunca fui daqueles
aficionados que compram jogos atrás de jogos, assinam revistas e jogam online
contra outras pessoas de diferentes paragens. No entanto, há um tipo de jogo
que me consome desde a infância. Os jogos em que encarnamos a personagem do
treinador de futebol.
Quando era pequeno lembro-me de sonhar, literalmente, com jogos deste tipo
que ainda não existiam na altura. Tenho perfeita consciência de que uma noite
sonhei que tinha um jogo em que poderia controlar a equipa do Benfica, com os
nomes verdadeiros dos jogadores e com as suas características. Nessa altura
isso não existia e tive de esperar largos anos para o poder fazer… Em haviam
uns quantos jogos do género, quase todos britânicos. O primeiro que me lembro
de jogar chamava-se tracksuit manager. Era baseado no Campeonato Mundial de 1990.
Por defeito treinávamos a seleção da Inglaterra, com Gary Lineker, Peter Shilton,
John Barnes, entre outros. Fazia-se a qualificação e depois o Mundial. Passei
horas a jogar este jogo num spectrum emprestado, com a particularidade de
apontar os jogadores que marcavam golos e todos os resultados que ia
alcançando. Sempre gostei de compilar dados que depois não uso para nada…
O meu sonho veio a tornar-se realidade uns anos mais tarde, já depois de
ter experimento outros jogos do mesmo género, em 1994 é criada a Sports
Interactive e com ela é criado o mítico jogo Championship Manager. E pronto,
eis que a partir desta data, passou a existir na minha folha de gastos um novo
produto a ser consumido com periodicidade anual.
Primeiro foi a série Championship Manager, de 93 a 2003, salvo erro. Depois,
com a separação da EIDOS e da SI, veio o atual Football Manager, FM, para os
viciados. A separação das duas empresas levou a que a EIDOS ficasse com o nome do
produto mais rentável, o Championship Manager mas a base de dados e o motor de
jogo ficaram com a SI, que se juntou à SEGA para lançar a nova série de
simuladores de futebol agora com o nome de Football Manager.
Mesmo sem muito tempo para jogar, a verdade é que ainda hoje sou consumidor
destes jogos, confesso que por vezes às custas de tempo de qualidade que
poderia passar em família… Mas eu sonhei com jogos deste tipo, se eles agora
existem, sinto-me na obrigação de os jogar para ver se tive um sonho premonitório
e se posso ser considerado vidente. Será esta uma desculpa muito esfarrapada?
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